25 junho 2007

Jovens de classe alta são acusados de agredir doméstica

Quando eu fico aqui repetindo que respeito ao próximo se aprende em casa e que essa educação vai influir no modo de agir do futuro cidadão não quero em absoluto dar “lição de moral” a ninguém e especificamente a pais já que não tenho qualquer experiência direta “na área”. Mas a notícia de que uma empregada doméstica foi agredida por cinco jovens de classe alta do Rio de Janeiro – e vale para qualquer cidade brasileira - pede uma reflexão. Muitas vêzes os pais não tem culpa pois acham que dando aos filhos o que não puderam ter quando eram jovens “liberam a geral” e deixam acontecer sem colocar nenhum tipo de contra partida aos filhos. É muito triste.

A empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, 32, foi espancada e roubada na madrugada de domingo (24) por cinco jovens na zona oeste do Rio de Janeiro. Os suspeitos são moradores de condomínios de classe alta na Barra da Tijuca, também na zona oeste. Três deles foram presos e dois continuam foragidos.

Sirlei relatou à polícia que estava em um ponto de ônibus da avenida Lúcio Costa, na Barra, perto do apartamento onde trabalha e mora, por volta das 4h30 --ela tinha saído cedo para ir a uma consulta médica--, quando cinco rapazes desceram de um Gol preto.

Os jovens começaram a xingá-la, arrancaram a sua bolsa e começaram a chutá-la na cabeça e na barriga. A agressão foi testemunhada por um taxista que passava pelo local.

Eles também são acusados de ter levado pertences de Sirlei, como o telefone celular e a carteira, que tinha R$ 47.
Após a agressão, Sirlei Pinto conta que foi até a casa onde trabalha e pediu socorro.

Pelo número da placa do Gol, anotada pelo taxista, a polícia localizou Felipe Macedo Nery Neto, 20, estudante de direito.
Ele foi preso e, segundo a polícia, confessou a agressão e forneceu os nomes dos outros quatro acusados.

A partir das informações fornecidas por Nery Neto, foram presos Leonardo de Andrade, 20, técnico de informática, e Júlio Junqueira, 21, estudante de direito.

Na delegacia, Sirlei reconheceu os agressores, depois de ter recebido atendimento médico no hospital Lourenço Jorge, que fica na Barra.

Em depoimento, de acordo com a polícia, os rapazes detidos confessaram as agressões a Sirlei, mas não disseram o motivo da violência.

Os jovens afirmaram que estavam voltando de uma festa, mas, segundo o delegado, não estavam alcoolizados nem drogados. Foi encontrada dentro do carro uma garrafa de metal usada para colocar bebidas.

Os familiares dos jovens presos que estiveram na delegacia não quiseram dar entrevistas e se negaram a comentar as acusações da doméstica.

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