19 setembro 2007

Ainda a cidadania do trânsito.

O próximo sábado, dia 22, é o Dia Mundial sem Carro e as discussões envolvendo trânsito, transporte urbano coletivo e individual, poluição e outros mais estao em todas as mídias e nas conversas das pessoas. O responsável primeiro pelas melhores condições de dirigibilidade é o poder público que tem o dever e poder de adminstrar. Mas também o motorista tem uma parcela de responsabilidade grande demais, não só como cidadão participante das decisões de uma cidade e de um país, mas no dia a dia ao volante. É irritante, ver e principalmente ouvir a falta de civilidade dos motoristas. Totalmente individualistas, imaginan, penso eu, que só eles tem o direito de dirigir. O uso da buzina é fora de qualquer propósito anão ser o de mostrar o poder do motorista ao "tacar a mão" na buzina sem qualquer respeito aos ouvidos dos outros. Por qulquer motivo, seja o farol que está fechado, seja pelo motorista da frente que dá passagem a um pedestre. Apenas comentando o "detalhe" da buzina e deixando para outro dia o desrespeito com as leis do transito, com ultrapssagens, fechadas e outras. O trânsito, e no caso específico de São Paulo, seria outro se os motoristas tivessem um mínimo de respeito e civilidade para com os outros. Por mais crente que seja eu perdi todas as esperanças.

11 setembro 2007

Cidadania das forças conjuntas

A invenção do Morro do Piolho

Quase ninguém conhece o Morro do Piolho. É uma área pobre do norte da cidade de São Paulo, com pouco saneamento básico, que era dominada pelos traficantes, onde os índices de violência faziam dali uma terra de ninguém --mais precisamente, terra dos marginais.
Falava-se que a polícia não entrava por aquelas vielas e escadões devido aos obstáculos geográficos que impedem o fluxo de viaturas. O Morro do Piolho está prestes a sair do anonimato, ao se candidatar a entrar na história como uma escola, de impacto nacional, contra o crime.
Lançou-se em um dos bairros que circulam o Morro do Piolho --o Jardim Elisa Maria-- uma operação contra a violência jamais vista, nem remotamente, no Brasil. Jamais vista porque se articularam secretarias de esportes, educação, justiça, tecnologia, assistência social, transportes, infra-estrutura, saúde e segurança da prefeitura e do governo estadual.
Não há registro de que tenha ocorrido, no país, uma experiência tão complexa por envolver tantos parceiros num mesmo foco --sem falar que junto com a esfera pública arregimentaram-se organizações locais.
Por isso, o Morro do Piolho entra na história contra o crime, devido à complexidade da experiência. Afinal, cuida-se da escola, passando pela iluminação, limpeza dos córregos, postos de saúde, concessão de bolsas de renda mínima, cursos profissionalizantes, até as bases de policiamento comunitário.
Se for um fracasso, ou seja, se depois da saída da polícia voltarem os mesmos índices de criminalidade, teremos de entender como falhou um programa que envolve tanta gente com habilidades tão diferentes e complementares, atuando na repressão e na prevenção. Aprenderemos como não se deve gerir um plano de segurança.
Se der certo, o Morro do Piolho passa a ser a melhor invenção brasileira de um modelo disponível de integração de forças para gerar segurança nas regiões metropolitanas brasileiras.

05 setembro 2007

O cidadão de amanhã.

De cada 5 jovens, 1 não trabalha nem estuda na AL

Índice de desemprego é o triplo do de adultos, diz OIT

THIAGO REIS
JOÃO CARLOS MAGALHÃES

DA AGÊNCIA FOLHA

Um em cada cinco jovens não trabalha nem estuda na América Latina, segundo relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Dos 106 milhões de pessoas de 15 a 24 anos da região, 22 milhões estão nessa situação.
O relatório revela ainda que 31 milhões de jovens empregados trabalham em atividades consideradas "precárias".
"Esse dado se refere às pessoas nessa faixa de idade que recebem baixos salários e não têm nenhum tipo de proteção social. É para isso que o estudo quer chamar a atenção: a importância da geração de trabalhos decentes", diz a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Segundo ela, a realidade é "preocupante". Houve redução do desemprego entre adultos, mas, entre os jovens, ela aumentou. Os dados mostram que 6% dos adultos estão desempregados. Entre os jovens, o índice é quase o triplo: 17%.
Entre os 22 milhões de jovens que não trabalham nem estudam, 72% são mulheres. "O que ainda conta é a divisão sexual, que atribui a elas a responsabilidade pelo trabalho doméstico familiar. Uma parte dessas jovens é mãe. Uma gravidez precoce de uma jovem pobre significa a impossibilidade de ela estudar e trabalhar."
Segundo a OIT, o estudo usou dados de diferentes instituições de cada um dos países para chegar a essas conclusões.
Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da ONG Instituto Sangari, os jovens que não trabalham nem estudam tendem a se inserir na sociedade via subempregos. "Eles também podem virar migrantes ou imigrantes em busca de oportunidades." Autor do Mapa da Violência, estudo feito para a OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos), ele diz que essas pessoas estão num "caldo de cultura da marginalidade e da violência difusa".
Um dado do relatório da OIT que se refere especificamente ao Brasil mostra que há 6,6 milhões de empregadas domésticas no país, na maioria negras, e só 26% têm carteira assinada.
O relatório cita os programas de primeiro emprego de alguns países, mas diz que eles nem sempre funcionam, já que são "interessantes apenas para empresas que contratam os jovens de maneira formal".
No Brasil, após quatro anos, o programa Primeiro Emprego, uma das principais bandeiras da campanha eleitoral de Lula em 2002, não deverá receber verbas a partir do ano que vem.
Já o Prouni é citado na parte que relaciona o estudo à inserção no mercado de trabalho, dizendo que ele "leva educação pública ao interior e combate as desigualdades regionais".