07 março 2012
Oportunismo
23 fevereiro 2012
O que a criança vai aprender?
22 fevereiro 2012
Animos exaltados
08 fevereiro 2011
Foi uma brincadeira
"brincadeira" com seu pai. Fica difícil, cada vez mais difícil.
19 agosto 2010
14 julho 2010
Espaço para o idiso.
10 junho 2010
Cidadania da Copa
Mas a maioria é simplesmente negativista.
Enquanto em outros países e inclusive sem chances nenhuma a população está confiante nós por aqui...
06 abril 2010
O fogo voluntário
Pode?
22 outubro 2009
Cidadania da juventude
O que esperar dos pais?
29 setembro 2009
E os novos vereadores?
22 setembro 2009
Cidadania do lixo das ruas
15 setembro 2009
Cidadania do aluno e do pai
11 setembro 2009
Cidadania do poder
04 setembro 2009
Cidadania da fila
02 setembro 2009
Cidadania do protesto
27 agosto 2009
Cidadania do protesto
25 agosto 2009
Cidadania da moradia
01 agosto 2009
Cidadania do lugar para idosos
28 maio 2009
Cidadania da Educação
14 maio 2009
Cidadania da faixa de pedestres
A prefeitura tem um espaço chamado de Cidade das Crianças onde existem ruas, em tramanho pequeno, onde os alunos de escolas são convidados para conhecerem as regras de transito como sinais, faixas de pedestre e outros. Lá os pequenos aprendem como deve se comportar tanto o motorista quanto o pedestre. E quando sai de carro com o pai e mesmo com a mãe dirigindo. Não existe o mínimo de respeito. Um sábado por volta das sete da noite, aqui perto de casa, atravessava na faixa de pedestre com o sinal aberto para mim. Um motorista não respeitou o sinal vermelho prá ele e mostrei a ele o sinal aberto prá mim. Simplesmente começou a chingar e lançou o carro na minha direção. Só me restou dar um pique até a calçada. Estava no banco de passageiros uma mulher e nos traseiros duas crianças. Provavelmente sua família. E ai a pergunta: de que adianta os filhos terem aulas de cidadania se à noite o pai "ensina" tudo diferente. Qual a referência da criança? o pai ou o professor?. Evidente que o filho vai aceitar a aula do pai e será no futuro mais um irresponsável nas ruas.
09 abril 2009
A vaga do idoso
Muitas vezes estão com a familia e os filhos ficam observando a aula de cidadania. O que vão aprender?.
06 março 2009
Mas não ficou só nisso e no sábado com a temperatura acima dos trinta graus a direção foi obrigada a fechar a piscina e impedir o seu uso. Simplesmeme porque alguém resolveu "fazer as necesssidades" na piscina. Fezes boiando não dá.
Assim não dá.
05 março 2009
Cidadania da poluição dos veículos
26 fevereiro 2009
A lei seca
Rodoviária a gente fica sabendo que aumentou o número de motorista alcoolizados. E a pergunta que se faz é: o que acontece com estas pessoas? não pensam? esquecem que alem delas está a familia no carro e que um possível acidente pode envolver outros inocentes?.
18 fevereiro 2009
Cidadania do cadeirante
O valor cobrado é o mesmo dos táxis convencionais e o serviço deve ser solicitado por telefone.
Boa notícia.
12 fevereiro 2009
Falta de cidadania no trote
03 fevereiro 2009
Cidadania do Professor
Tempos passados em que um professor tinha os mesmos "poderes" em uma cidade que o prefeito e o juiz, tempos em que a escola tinha o mesmo prestígio e o prédio era ao lado da prefeitura e da igreja.
12 dezembro 2008
Cidadania da formatura
Mas “um pouco menos” não seria bem vindo?
10 dezembro 2008
Cidadania na faixa de pedestre
São tres as multas que passarão a ser aplicadas com maior rigor: não dar preferência a pedestre na faixa, não dar preferência a pedestre que não concluiu a travessia e não dar preferência a pedestre atravessando a tranversal.
Como um usuário do transporte coletivo e, sempre que possivel, um “andarilho” sinto na pele o total desrespeito dos motoristas. E o impressionante é ter que multar, fazer o motorista sentir no bolso o que deveria ser consequência de uma educação, de um mínimo de civilidade.
Tenho, entre tantas, uma experiência pessoal ao atravessar na faixa de pedestre, com o verde para mim e um motorista avançar. Mostrei a ele o sinal verde para mim e vermelho para ele e a reação foi me xingar e ameaçar investir o carro. E, o que é mais triste, é o fato de estar com a família, esposa e filhos dentro do carro. E a pergunta: que tipo de educação os filhos recebem, que tipo de informação eles obtem na prática.
13 novembro 2008
Cidania da Educação
Hoje a notícia é a, sem exagero, destruição de uma escola pelos próprios alunos e, a principio, motivados por desavenças pessoais entre eles. Notícias de grande impacto em um pais que mais do que nunca tem necessidade de educação em todos os momentos, em todas as situações
17 junho 2008
Cidadania?
21 janeiro 2008
Cidadania do atendimento médico
Hospitais não suspeitaram da doença, apesar de as vítimas terem passado por regiões endêmicas sem a vacinação, dizem familiares
Para infectologista, médicos não obtêm a história clínica do paciente; tratamento correto na fase inicial pode diminuir a mortalidade
Ao menos quatro dos oito mortos por febre amarela no país passaram por hospitais com sintomas iniciais, como febre e mal-estar, e foram dispensados sem que a suspeita da doença fosse aventada, segundo familiares. As vítimas estiveram em regiões endêmicas e não tinham sido vacinadas.
O caso do espanhol Salvador Perez De La Cal, 41, é bem emblemático. Em 3 de janeiro, ele começou a passar mal, procurou dois hospitais públicos de Goiânia e, nas duas ocasiões, foi medicado e liberado, sem que se suspeitasse de febre amarela, segundo a viúva Marny Selma de Mendonça, 31.
Com a piora do estado de saúde, La Cal foi internado no Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia com falência renal e hepática e morreu no dia 12.
A morte do agricultor José da Silva, 33, também chama a atenção. Ele sentiu os primeiros sintomas de febre amarela no dia 6, buscou ajuda em hospitais da região de Luziânia (GO), foi as estiveram em regiões endêmicas e não tinham sido vacinadas.
O caso do espanhol Salvador Perez De La Cal, 41, é bem emblemático. Em 3 de janeiro, ele começou a passar mal, procurou dois hospitais públicos de Goiânia e, nas duas ocasiões, foi medicado e liberado, sem que se suspeitasse de febre amarela, segundo a viúva Marny Selma de Mendonça, 31.
Com a piora do estado de saúde, La Cal foi internado no Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia com falência renal e hepática e morreu no dia 12.
A morte do agricultor José da Silva, 33, também chama a atenção. Ele sentiu os primeiros sintomas de febre amarela no dia 6, buscou ajuda em hospitais da região de Luziânia
22 dezembro 2007
Cidadania do adolescente
20 dezembro 2007
Cidadania da garrafa pet
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Projeto de lei do governo de São Paulo obriga as empresas que produzem e comercializam água mineral, refrigerantes e outras bebidas a abolir o uso das garrafas plásticas, conhecidas como PET, num prazo de seis anos. Fabricantes de cerveja que passarem utilizar o plástico antes de a medida entrar em vigor terão um ano para se adequarem à lei.
O polêmico documento deve ser enviado à Assembléia no início de 2008, segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano. "A poluição por resinas plásticas é responsável por inúmeros prejuízos ao ambiente, à saúde e à segurança da população. Praticamente todas as áreas urbanas do país convivem com inundações, provocadas pelo assoreamento de valas, rios e canais e pelo entupimento de galerias pluviais, em muito relacionadas diretamente ao descarte irresponsável de lixo plástico", diz o texto.
Dados da Abir (associação das indústrias de refrigerantes) mostram que o PET domina o mercado, com 79,9% das embalagens (em dezembro de 2006). O vidro tem 12,3% e a lata, 7,8%.
O consumo de plástico para embalar bebidas tem crescido ano a ano. Passou de 80 mil toneladas, em 1994, para 374 mil, em 2005 -367,5% a mais-, segundo a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET). A reciclagem desse material foi de 18,8%, em 1994, para 51,3%, em 2006 (veja quadro).
Para o presidente da Abipet, Alfredo Sette, a lei acabará com a indústria de PET. Ele diz que o problema não é o plástico em si, que pode ser totalmente reciclado, mas a falta de educação ambiental e a coleta de lixo ineficiente. "A tendência de crescimento da reciclagem não está interrompida. Há pontos ociosos porque não se coletam garrafas suficientes."
Segundo ele, enquanto, no Brasil, o consumo de embalagens PET é de 2,9 kg/habitante, na Bélgica, chega a 8,8.
Para o ambientalista Fábio Feldman, o uso do plástico precisa ser desestimulado. Mas ele afirma que o governo deveria instituir metas de reciclagem e usar instrumentos econômicos para priorizar os produtos que poluem menos, em vez de simplesmente proibir o uso.
"Não conheço lugar no mundo em que haja proibição tão drástica. Deveria ser feita uma análise do ciclo de vida dos produtos. Quem tiver menor impacto ambiental deveria ser beneficiado com redução de tributos, por exemplo", diz.
Segundo o governo, a fabricação das resinas plásticas provoca grande quantidade de gases que agravam o efeito estufa. Além disso, o PET demora centenas de anos para se degradar.
Um argumento a favor do plástico é sua leveza. Para transportar um material mais pesado, como vidro, são necessários mais caminhões -e estes também poluem o ambiente.
Para o presidente da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais), o geólogo Carlos Alberto Lancia, a lei vai beneficiar "três ou quatro grandes empresas" e vai concentrar o mercado nas mãos de poucos. "Vamos voltar ao que era na década de 60. Uma fábrica para produzir embalagens de vidro custa milhões. E é preciso muito mais estrutura para coletar garrafas retornáveis."
11 dezembro 2007
Cidania do Natal e do Papai Nóel
Começa o mês de dezembro e as pessoas, influenciadas pelo aparecimento da Estrela de Belém há 2.000 anos, deixam de lado a dureza e a cegueira do ano que está acabando e resolvem se penitenciar. E ai começam as “caravanas de papais nóel” dirigindo-se ás periferias tendo como alvo principalmente as crianças.
Pela primeira vez acompanhei uma “caravana” e, muito embora a minha descrença com ealação a estes eventos, tinha a esperança de “ser convencido” e entrar no espírito natalino. Mas foi tudo em vão e começou logo na primeira chegada a uma aldeia indígena, com um dos papais nóel “saudando” as pessoas com a mão direita e com um cigarro aceso na esquerda. Rápidamente foram dadas ordens às crianças para que formassem filas, com meninos de um lado e meninas de outro (depois das outras “visitas” fui entender o motivo de tanta rapidez na formação de filas). Os indígenas não tem a cultura de papai noel - a minha amiga que estava de vestido vermelho e gorro também vermelho foi saudada por uma das crianças: “olha o papai-nóel” – tem outros tipos de brinquedo e de diversão e quando receberam os aviõezinhos de plástico (os meninos) e uma bolsinha feminina de plástico( as meninas) não entenderam direito e a reação deles foi de extrema decepção (ou quem sabe por timides) e não sorriram nem com a outra rodada de chicletinhos e bambolês de plástico. E foi duro ouvir algumas frases, como a do coordenador a uma das voluntárias: “não está faltando indio?” e eu poderia responder, se não fosse educado e estraga prazer: “a que indio você se refere cara pálida?”. Ao ouvir comentários das dificuldades de moradia dos indios, sem espaço, morando em barracos e com as crianças sujas saiu a pérola: “é por isso que faço questão de vir todos os anos, para ver o sorriso delas”. Que sorriso cara pálida. Talvez se refira ao sorriso das crianças brancas, estas sim, sorriem pois desde pequenas são acostumadas pelo pais a esperar os presentes de fim de ano dos tios vestidos de papai nóel. Na segunda atividade a mesma agilidade na formação de filas e o mesmo papai nóel que chegou com cigarro aceso e fumando na primeira, mal conseguir esperar acabar o “sufoco” da distribuição, dos hohohos, dos abraços das crianças e da roupa quente para sair tomando uma latinha de cerveja no meio de todos. Um dos voluntários chegou de carro com musica (?) em alto volume com uma lata de cerveja na mão direita.
As atividades tinham horários marcados e lembrava políticos em campanha eleitoral quando visitam várias cidades no mesmo dia e contam com os coronéis da cidade para preparar as carreatas, fazer um rapído discurso e partir para outra cidade.
Não fiz os meus comentários na hora para não ser chamado de estraga prazer.
Se alguém de vocês ler este texto não fique bravo, revoltado, não se sinta ultrajado pois você é apenas um reflexo da nossa sociedade que tenta tirar o peso da consciência do ano inteiro, quando ao contrário da caravana que buzinava com os vidros abaixados distribundo balinhas para as crianças nas ruas. nos outros dias do ano o carro vai andar com os vidros protegidos pelos ‘insulfimes”, ar refrigerado, ouvindo os brunos e marrones, os netinhos e as bandas mel e ficar receoso toda vêz que vir “um de menor” nos cruzamentos. Não vai mais precisar ir até a periferia com medo. “Aqui se você correr menos de vinte quilometros por hora será assaltado”, não foi isso que disse a mim ao me ver sem sapatos? (deixei-os no carro). Vai continuar preocupado com os seus bens e imóveis. Ao ouvir que nos perdemos e encontramos o grupo ao “optar sempre pela esquerda” para achar o caminho você disse: “Está de vermelho e gosta da esquerda?...já sei”. Fique tranquilo, pois nas eleições de 89 para presidente um dos argumentos usados para convencer os eleitores era de que o Lula fosse eleito vocês teriam que dividir as suas casas. E o que o pais ganhou?. Anos depois, após ser eleito, o Lula não instituiu a prática de “comer criancinhas”, não tomou os seus imóveis e, muito pelo contrário, seguiu a politica econômica continuando com benefícios aos poderosos. Não tenho nada com andar em carros último tipo, com ter situação financeira boa, mas você vai continuar com medo, com medo dos pobres, medo dos índios, medo dos “negrinhos’, medo de quem ideias diferentes das suas. Neste Natal você vais se reunir e comer e beber do bem e do melhor - é isso é bom é ótimo pois afinal é comemoração e, acredite, estou falando sério - sem crise de cons ciência ( a crise de consciência só surgiu no ano que resolveram distribuir um pouco do que tinham). No próximo ano novas crianças, novos “indios” estarão á espera.
Até o próximo Natal
27 novembro 2007
Ao Estado, às feras
ELIANE CANTANHÊDE
Sabe o que mais assusta na história da menina de 15 anos jogada às feras no Pará? É que a delegada, Flávia Pereira, e a juíza, Clarice de Andrade, são mulheres. Sem contar a governadora, Ana Júlia Carepa. Eu adoraria saber se elas têm filhas, se têm cachorros ou gatos. E como os tratam.
Duas mulheres. Uma delegada que deve preservar a segurança e a ordem. Uma juíza responsável pelo cumprimento das leis e pela garantia dos direitos individuais. E ambas conseguem olhar para aquela criança mirrada e infeliz, suspeita de um crime banal, e tratá-la pior do que a um bicho danado.
Quando rapazes de classe média ateiam fogo a um índio que dormia na rua em Brasília e quando outros esmurram uma empregada doméstica num ponto de ônibus no Rio, já é sinal de doença, mas da classe média, das famílias. O que ocorre no Pará é pior: a doença é do próprio Estado, contaminando seus agentes e os cidadãos -por que calaram diante dos gritos desesperados?
A desculpa era que ela seria maior de idade. Ah, bem! Ou que se prostituía. Ah, bem! Então pode? Não, não pode. Seria monstruoso de qualquer jeito. Ter 15 anos, ser pequena e frágil, só torna tudo pior. L., 15, foi largada pelos pais incapazes e pelo tio irresponsável. Vivia pelas ruas. Não é ré, é uma vítima da pobreza e da ignorância. O Estado tinha o dever de salvá-la, mas foi seu pior algoz. Jogou-a às feras, numa cela cheia de homens. Aplicou-lhe queimaduras, fome e violência sexual. A quem recorrer?
Juízes e advogados "finos" de São Paulo e do Rio são ágeis para criticar a polícia por algemar presos grã-finos diante de câmeras de TV. Ou para inundar os jornais defendendo a "decisão técnica" do Supremo que liberou o banqueiro Cacciola para ter um vidão na Europa. E agora, senhores, o que têm a dizer sobre delegadas e juízas capazes de tal atrocidade? Que tipo de punição "técnica" elas merecem?
Sabe o que mais assusta na história da menina de 15 anos jogada às feras no Pará? É que a delegada, Flávia Pereira, e a juíza, Clarice de Andrade, são mulheres. Sem contar a governadora, Ana Júlia Carepa. Eu adoraria saber se elas têm filhas, se têm cachorros ou gatos. E como os tratam.
Duas mulheres. Uma delegada que deve preservar a segurança e a ordem. Uma juíza responsável pelo cumprimento das leis e pela garantia dos direitos individuais. E ambas conseguem olhar para aquela criança mirrada e infeliz, suspeita de um crime banal, e tratá-la pior do que a um bicho danado.
Quando rapazes de classe média ateiam fogo a um índio que dormia na rua em Brasília e quando outros esmurram uma empregada doméstica num ponto de ônibus no Rio, já é sinal de doença, mas da classe média, das famílias. O que ocorre no Pará é pior: a doença é do próprio Estado, contaminando seus agentes e os cidadãos -por que calaram diante dos gritos desesperados?
A desculpa era que ela seria maior de idade. Ah, bem! Ou que se prostituía. Ah, bem! Então pode? Não, não pode. Seria monstruoso de qualquer jeito. Ter 15 anos, ser pequena e frágil, só torna tudo pior. L., 15, foi largada pelos pais incapazes e pelo tio irresponsável. Vivia pelas ruas. Não é ré, é uma vítima da pobreza e da ignorância. O Estado tinha o dever de salvá-la, mas foi seu pior algoz. Jogou-a às feras, numa cela cheia de homens. Aplicou-lhe queimaduras, fome e violência sexual. A quem recorrer?
Juízes e advogados "finos" de São Paulo e do Rio são ágeis para criticar a polícia por algemar presos grã-finos diante de câmeras de TV. Ou para inundar os jornais defendendo a "decisão técnica" do Supremo que liberou o banqueiro Cacciola para ter um vidão na Europa. E agora, senhores, o que têm a dizer sobre delegadas e juízas capazes de tal atrocidade? Que tipo de punição "técnica" elas merecem?
24 novembro 2007
Incidadania
E triste, muito triste.
31 outubro 2007
Boa noticia
Dona Nair queria usar o banheiro do metrô
O pleito da "munícipe" não podia ser atendido, pois faltava "um empregado fixo no posto sanitário"
Um transporteca tucano sustentou que o bilhete único, instituído pela prefeita Marta Suplicy em 2004, seria uma desgraça. Se desse certo, congestionaria a rede pública de transportes. Em outras palavras: se a patuléia usar os ônibus, a cidade se dana.
Com elevados padrões técnicos, o transporteca é capaz de contratar um tatuzão para cavar o buraco de uma linha de metrô subordinando-o à exigência de que seja novo. (Claro, havia um usado disponível no mercado internacional e custaria menos.) No mundo das necessidades cotidianas, ele é um animador do folclore da burocracia.
Um exemplo: em junho passado, o secretário Andrea Matarazzo, da Prefeitura de São Paulo, estava na estação Guaianazes do metrô quando dona Nair Souza Aguiar, uma simples cidadã, contou-lhe que um dos dois banheiros públicos vivia trancado. Matarazzo encaminhou a reclamação da senhora e, no dia 18, a gerência de operações de estações informou:
"A estação possui nos terminais Norte e Sul sanitário público masculino e feminino (...). Atualmente só os sanitários do Terminal Sul estão abertos ao público. Os sanitários do Terminal Norte estão sendo utilizados somente pelos empregados da empresa prestadora de serviços de segurança (Power) há mais de quatro anos, em razão da otimização de custos (energia elétrica, água, potes de limpeza e material domissanitário)."
"Lembramos que elaboramos, recentemente, minuta de resposta (...) ao possível atendimento a uma solicitação feita pelo consórcio Plus, para a abertura dos sanitários (...) desde que seja firmado um Termo de Permissão de Uso, obrigando a interessada [a empresa] a responsabilizar-se pela manutenção, higiene e conservação dos mesmos, além de algumas intervenções necessárias para permitir o uso comum com a empresa de prestação de serviços de segurança. Ainda assim, não seria possível o atendimento do pleito encaminhado pela munícipe srª Nair Souza Aguiar, pela dificuldade em disponibilizar um empregado fixo no posto sanitário."
A choldra pagou pela construção do banheiro, mas ele não poderia ser usado porque foi privatizado para a empresa de segurança. Trata-se de uma instalação bonita, confortável, que deve ter custado um bom dinheiro a gente como dona Nair. Construí-lo foi relativamente fácil, mas botar uma pessoa para cuidar do movimento seria coisa de grande dificuldade.
A boa notícia é que dona Nair ganhou a parada. Seu pleito acabou na mesa do presidente da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos, Alvaro Armond, e o banheiro foi aberto na marra. Transformou-se num estudo de caso para ensinar aos transportecas como se deve trabalhar num serviço público.
24 outubro 2007
Cidadania da reclamação
Hoje uma leitora escreveu protestando contra o tempo de viagem de mais de uma hora na linha Barra funda- Itaquera, dizendo que os atrasos são normais, que nas outras linhas há preocupação maior do Metrô, que paga a tarifa e tem o direito de ser bem atendida e sugere a privatização para que haja um melhor serviço. A resposta do metrô foi que os passageiros muitas vêzes impedem a saida dos trens ao não permitir que as portas se fechem. Issto pode ser observado todos os dias. Não quero absolutamente fazer a defesa do metrô só acho que as pesssoas exageram no direito de protesto. O nosso metrô é considerado um dos melhores do mundo, atende milhões por dia e tem um índice de aprovação como poucos serviços em nosso país. Acho que essas pessoas não conhecem o metrô, usam de vêz em quando e são absolutamente individualistas, acham que só elas enfrentam dificuldades no transpoorte coletivo. E os outros milões que também sofrem todo dia?. Sou usuário dos transportes coletivos em São Paulo e quanto ao atendimento do metrô não tenho nenhum tipo de comentário negativo.
Seria bom se certas pessoas pensassem um pouco mais no coletivo.
15 outubro 2007
Cidania do celular em sala de aula
19 setembro 2007
Ainda a cidadania do trânsito.
11 setembro 2007
Cidadania das forças conjuntas
A invenção do Morro do Piolho
Quase ninguém conhece o Morro do Piolho. É uma área pobre do norte da cidade de São Paulo, com pouco saneamento básico, que era dominada pelos traficantes, onde os índices de violência faziam dali uma terra de ninguém --mais precisamente, terra dos marginais.
Falava-se que a polícia não entrava por aquelas vielas e escadões devido aos obstáculos geográficos que impedem o fluxo de viaturas. O Morro do Piolho está prestes a sair do anonimato, ao se candidatar a entrar na história como uma escola, de impacto nacional, contra o crime.
Lançou-se em um dos bairros que circulam o Morro do Piolho --o Jardim Elisa Maria-- uma operação contra a violência jamais vista, nem remotamente, no Brasil. Jamais vista porque se articularam secretarias de esportes, educação, justiça, tecnologia, assistência social, transportes, infra-estrutura, saúde e segurança da prefeitura e do governo estadual.
Não há registro de que tenha ocorrido, no país, uma experiência tão complexa por envolver tantos parceiros num mesmo foco --sem falar que junto com a esfera pública arregimentaram-se organizações locais.
Por isso, o Morro do Piolho entra na história contra o crime, devido à complexidade da experiência. Afinal, cuida-se da escola, passando pela iluminação, limpeza dos córregos, postos de saúde, concessão de bolsas de renda mínima, cursos profissionalizantes, até as bases de policiamento comunitário.
Se for um fracasso, ou seja, se depois da saída da polícia voltarem os mesmos índices de criminalidade, teremos de entender como falhou um programa que envolve tanta gente com habilidades tão diferentes e complementares, atuando na repressão e na prevenção. Aprenderemos como não se deve gerir um plano de segurança.Se der certo, o Morro do Piolho passa a ser a melhor invenção brasileira de um modelo disponível de integração de forças para gerar segurança nas regiões metropolitanas brasileiras.
05 setembro 2007
O cidadão de amanhã.
Índice de desemprego é o triplo do de adultos, diz OIT
THIAGO REIS
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
O relatório revela ainda que 31 milhões de jovens empregados trabalham em atividades consideradas "precárias".
"Esse dado se refere às pessoas nessa faixa de idade que recebem baixos salários e não têm nenhum tipo de proteção social. É para isso que o estudo quer chamar a atenção: a importância da geração de trabalhos decentes", diz a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Segundo ela, a realidade é "preocupante". Houve redução do desemprego entre adultos, mas, entre os jovens, ela aumentou. Os dados mostram que 6% dos adultos estão desempregados. Entre os jovens, o índice é quase o triplo: 17%.
Entre os 22 milhões de jovens que não trabalham nem estudam, 72% são mulheres. "O que ainda conta é a divisão sexual, que atribui a elas a responsabilidade pelo trabalho doméstico familiar. Uma parte dessas jovens é mãe. Uma gravidez precoce de uma jovem pobre significa a impossibilidade de ela estudar e trabalhar."
Segundo a OIT, o estudo usou dados de diferentes instituições de cada um dos países para chegar a essas conclusões.
Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da ONG Instituto Sangari, os jovens que não trabalham nem estudam tendem a se inserir na sociedade via subempregos. "Eles também podem virar migrantes ou imigrantes em busca de oportunidades." Autor do Mapa da Violência, estudo feito para a OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos), ele diz que essas pessoas estão num "caldo de cultura da marginalidade e da violência difusa".
Um dado do relatório da OIT que se refere especificamente ao Brasil mostra que há 6,6 milhões de empregadas domésticas no país, na maioria negras, e só 26% têm carteira assinada.
O relatório cita os programas de primeiro emprego de alguns países, mas diz que eles nem sempre funcionam, já que são "interessantes apenas para empresas que contratam os jovens de maneira formal".
No Brasil, após quatro anos, o programa Primeiro Emprego, uma das principais bandeiras da campanha eleitoral de Lula em 2002, não deverá receber verbas a partir do ano que vem.
Já o Prouni é citado na parte que relaciona o estudo à inserção no mercado de trabalho, dizendo que ele "leva educação pública ao interior e combate as desigualdades regionais".
30 agosto 2007
Cidadania das diferenças
Ontem o Colégio de Procuradores do Ministério Público decidiu que permancerá no cargo e será julgado em foro privilegiado que é o Tribunal de Justiça e não, como todos os mortais brasileiros, pelo Tribunal do Juri. Sem entrar em detalhes do crime, sem querer fazer julgamento mas porque o tratamento especial?, observe-se que mesmo antes da decisão continuou recebendo normalmente e sempre livre o seu “salário” que é de R$ 10.500,00. Vai assumir suas funções na cidade de Jales.
Vai dar para confiar no seu trabalho?. Fica difícil de acreditar na Justiça e, entre milhares de fatos, lembro de uma matéria na televisão em que um senhor foi tirar documentos na Policia e lá encontraram um mandado de prisão com o nome deste senhor. Não conferiram documentos e mandaram para a prisão. Detalhe: o condenado era branco e o nosso amigo era preto. A mulher que trabalhava como doméstica foi despedida quando a patroa ficou sabendo da prisão do marido, a vizinhança a olhar com “olhos” estranhos e os filhos passando fome. Quando finalmente conseguiu a liberdade, graças a alguém que pagou um advogado, perguntado o que queria respondeu -”Só quero morrer”. Na prisão foi maltradado, violentado fisica e moralmente. Para ele, pobre e negro, a Justiça foi rápida, e para o promotor, joverm, rico e branco?.
29 agosto 2007
A saúde e os estudantes de medicina.
Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer revela que é alto o índice de fumantes entre os estudantes da área da saúde. Foram entrevistados 3.189 alunos de medicina, enfermagem, odontologia e farmácia em várias capitais. No Rio, por exemplo, 16,5% dos estudantes de medicina são fumantes e 37,2% disseram fumar dentro da universidade.
PROIBIDO?
A pesquisa mostra que os estudantes desconhecem as leis que proíbem o fumo em ambientes fechados. Em Florianópolis, a maioria dos alunos de medicina (76,8%), enfermagem (66,7%), odonto (75,3%) e farmácia (74,3%) disse ser permitido fumar em discotecas e casas de show. E apenas 5% dos futuros médicos sabem que é proibido fumar em bares.
28 agosto 2007
Cidadania da preservação
Publico um artigo assinado por Lúcio Gomes Machado que é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, especial para a Folha de São Paulo.
Não contem para o Mário!
São Paulo tem o privilégio de contar com os maiores centros de pesquisa e produção científica, as melhores universidades, os mais importantes conglomerados industriais, comerciais e financeiros do país.
Boa parte desse tesouro foi construída no último século, deixando marcos para sua memória. Não são somente de alguns locais onde ocorreram fatos marcantes de nossa história local ou nacional, mas, sobretudo, marcos desse excepcional desenvolvimento e dos atorescoletivamente, integrando migrantes e imigrantes, numa experiência única de convivência solidária.
Há cerca de 70 anos, Mário de Andrade, deixando de lado sua pequena renda de professor de música, aceita o convite para, ganhando ainda menos, organizar o Departamento de Cultura do Município de São Paulo, no governo de Fábio Prado. Ao lado de intelectuais do porte de Paulo Duarte e Sergio Milliet, traçaria as linhas fundamentais para o entendimento do papel da cultura para formulação das políticas de governo, entre as quais a preservação do patrimônio e da produção artística se destacam.
Arte, história e patrimônio não eram para ele categorias isoladas. Tampouco deveriam centrar-se na produção importada, embora dominasse o que se fazia na Europa. Ao contrário, a produção artística vernacular, os artistas locais e a arquitetura que abrigara o trabalho rural ou urbano eram suas preocupações primordiais.
Espanta ver que, no século 21, personalidades políticas e empresariais, do alto de sua soberba e de sua ignorância, venham dizer que antigos edifícios industriais nada têm de "histórico" ou que a verticalização no entorno de parques ou de bens tombados significa o "progresso". Alegam que imóveis com propostas para verticalização foram comprados a peso de ouro, em razão de sua localização. Mas silenciam sobre qualquer contribuição que tenham feito para a valorização ou a preservação desses monumentos e parques, simplesmente porque nunca o fizeram.
Prosper Merimée, recém-nomeado o primeiro Inspetor dos Monumentos Franceses (1834), dizia que sua função fundamental era "gritar no meio da selvageria". Pois foi o que fez o Conpresp, cumprindo suas funções, com o apoio de instituições como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e diversas entidades de "amigos de bairros".
O prefeito Kassab também tem cumprido seu dever de defender a qualidade da ambiência urbana, sobretudo com o programa da Cidade Limpa.
Falta agora dar passos mais ousados com a valorização de nosso pequeníssimo acervo de edifícios significativos e de parques públicos, além da promoção da produção artística e arquitetônica de qualidade.
Mas, por favor, não contem para o Mário sobre a barbárie que representa o projeto de lei aprovado pela Câmara, que a troco de interesses baixos e mesquinhos, na prática, extingue o Conpresp.
que o tornaram possível, individual ou
22 agosto 2007
Mestre adolescente
GILBERTO DIMENSTEIN
Ameaçada de fechamento, a escola pública em que ela estuda arrastava-se numa crise, visível por todos os cantos: alunos em debandada, paredes sujas, desânimo dos professores. Salas de aula vinham sendo entulhadas com material de arquivo. "Eu já estava procurando outro lugar para estudar", conta Greicy. No começo deste ano, integrou um grupo de alunos, ex-alunos, pais e professores dispostos a fazer uma última tentativa para evitar o fechamento da escola estadual Carlos Maximiliano (mais conhecida como Max), em Pinheiros (zona oeste de São Paulo). "Parecia uma causa perdida. A cada dia, mais espaço era tomado para servir de depósito."
Saíram batendo de porta em porta à procura de ajuda por todos os lados -assim, quem sabe, conteriam a debandada dos alunos. Um dos primeiros gestos foi, em mutirão, pintar os muros com cores fortes e alegres. Professores se dispuseram a criar um plantão de dúvidas para recuperar os alunos em português e matemática. Jovens aceitaram ler textos clássicos adaptados ao cotidiano. Especialistas em comunicação montaram programas para o laboratório de informática. Nas salas vazias, ocorrerão agora oficinas de cinema, de dança e de "customização" de roupas. Com doações, um galpão usado como depósito está sendo reformado e se transformará em um teatro também aberto à comunidade. Atores poderão usá-lo desde que façam do palco uma extensão da sala de aula e ajudem a enriquecer o currículo tradicional. Uma orquestra jovem de música erudita já avisou que fará, naquele teatro, concertos abertos para estimular a descoberta de talentos.
Ainda não se sabe se todo esse esforço vai surtir efeito, se os alunos voltarão e, mesmo que voltem, se haverá melhoria de desempenho. Mas, diante de todo esse esforço, a secretária estadual da Educação mandou avisar, no mês passado, que não há intenção de fechar o Max. "Mudou nosso ânimo." Além do ânimo, melhorou a perspectiva de Greicy. Ela foi seduzida pela idéia de ser professora quando, nas férias, deu oficinas de arte a alunos de escolas públicas e, depois, foi monitora em um programa de circo. Com o Max, aprendeu a dar vida a uma escola, misturando os currículos com os saberes locais -é algo que muita gente com pós-graduação só conhece pelos livros.
O melhor estímulo, porém, foi bem mais concreto. Um empresário soube do envolvimento de Greicy no grupo que salvava a escola e ofereceu-lhe uma bolsa para estudar pedagogia.
14 agosto 2007
O que fazer quando....
o cidadão está passando pela faixa de pedestre, que é sua e o sinal está verde, e o motorista avança sem qualquer respeito...; quando o motorista da frente dá passagem para o pedestre e o de tráz "solta a mão na buzina...; quando, por qualquer motivo, o trânsito para, um motorista toca a buzina e todos os que estão atráz também o fazem...; quando o motorista buzina, ofende o pedestre e no carro estão mulher e filhos, estes principalmente assistindo a "aula cívica" do pai...; quando as pessoas "saem" do trem do metrô pela e pára impedindo a entrada de outros...; quando na porta do ônibus e do metrô o passageiro fica na frente e impede a saida de quem vai descer...; quando ônibus e metrô estão com os bancos ocupados por crianças e as mães e pais deixam idosos de pé...; quando está na fila para entra no ônibus ou metrô e um "esperto" entra na frente...
08 agosto 2007
Cidadania da sacola de plástico.
30 julho 2007
Novas bibliotecas em estações do Metrô
“Por meio de um estudo que fizemos, soubemos do alto nível de respeito que as pessoas têm pelo metrô”. Com isso, Nacked conta que sentiu segurança em captar recursos para abrir a primeira biblioteca na estação Paraíso.
“Quando eu vi o espaço da biblioteca no Paraíso fui logo ver como era o regulamento para participar”, conta Suzete Piloto Monteiro. Moradora do bairro Conceição, Suzete trabalha como comerciante nas proximidades da estação São Joaquim. “O bom é que a gente pode ficar 10 dias com cada livro, com a possibilidade de renovar duas vezes”. O trajeto casa-trabalho-casa, conta ela, é sempre feito com os olhos grudados nas páginas de algum livro.
“Eu amo leitura, já li mais de 120 obras da biblioteca do Paraíso”, diz entusiasmada. “Se não fosse a biblioteca, não teria condições de comprar todos esses livros”. Suzete tem apenas uma reclamação: quer mais velocidade na atualização da lista dos livros novos. “Como sempre chega livro, eles não têm tempo de atualizar a lista”, queixa-se. “Aí fica difícil de encontrar as obras novas”.
Expansão
Além da estação paraíso, o a IBL já implantou bibliotecas na estação Tatuapé (em 2005) e Luz (em 2006). “E no fim de novembro iremos inaugura a quarta na estação Largo Treze”, revela Nacked. As cidades do Rio de Janeiro e Recife também contam com bibliotecas em estações de metrô.
“Queria poder abrir mais de uma biblioteca por ano”, informa Nacked. “O que motiva é o fato de não enfrentarmos problemas de não devolução”. Segundo o diretor da IBL, apenas 2,1% dos usuários de São Paulo não devolveram os livros emprestados. “Mas muitos desses casos estão ligados às obras infantis; as mães têm medo de devolver porque os filhos rabiscaram as páginas”. Já a cidade do Rio de Janeiro registra melhores índices: nenhuma pessoas deixou de devolver o livro emprestado.
O público cadastrado nas três bibliotecas de São paulo é de 21 mil sócios, sendo que 67,3% são mulheres. Ao total, 11 mil livros estão distribuídos nas três unidades paulistas.
17 julho 2007
Cidania do jovem de amanhã.
16 julho 2007
Pai se recusa a pagar fiança para o filho
Um representante comercial de Londrina (383 quilômetros de Curitiba) decidiu não pagar fiança de R$ 500 para libertar seu filho de 21 anos, preso no domingo por dirigir embriagado, após ser denunciado pelo próprio pai.
Juraci Martins, 54, disse, em entrevista à Folha, querer que o filho aprenda com o erro. Na tarde de domingo, o comerciário Rodolfo Martins, 21, pegou a camionete Silverado do pai sem autorização.
Avisado pela mulher, o pai acionou a Polícia Militar, informando que o filho havia saído com o carro sem permissão. Antes mesmo de ser localizado pela PM, o rapaz perdeu o controle da camionete, bateu em outro carro e derrubou o portão de uma casa.
Caçula de uma família de classe média, o comerciário foi preso em flagrante por dirigir embriagado e sem habilitação. Juraci havia proibido Rodolfo de dirigir, já que a carteira de habilitação do filho estava cassada por infrações de trânsito.
O delegado Joaquim Melo estipulou fiança de R$ 500 para liberar rapaz, mas o pai se recusou a pagar.
Rodolfo foi, então, transferido do presídio central de Londrina para uma delegacia, onde deverá ficar preso até a conclusão do inquérito.
"Responsabilidade"
"Eu amo meu filho. Mas não gosto de coisas erradas, e ele havia sido avisado para não cometer erros. Não quero passar a mão na cabeça dele por cada coisa errada que faz. Desse jeito, ele nunca terá responsabilidade", afirmou o pai.
Rodolfo parou de estudar após concluir o primeiro grau. É o único dos três filhos de Juraci -são mais duas mulheres- que não está na faculdade. "Ele é um bom menino, trabalhador, mas quando bebe e se droga ocorre isso."
A fiança fixada pelo delegado tem prazo de dez dias -após esse período, a polícia pode alterar ou até extinguir a caução. Juraci afirmou esperar que o filho reflita sobre suas ações nesse intervalo. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito.
Apoio à decisão
A promotora da Infância e da Adolescência de Londrina, Edina de Paula, apoiou a decisão do representante comercial.
"Se todo pai tivesse esse tipo de atitude, não teríamos toda essa violência gratuita da juventude", disse a promotora.
De acordo com ela, há uma inversão de valores hoje na sociedade, com pais não impondo limites aos filhos.
"Hoje, por trabalharem fora, os pais assumem uma postura de culpa perante os filhos e esquecem que é preciso estipular limites. A atitude desse pai deve ter sido difícil, mas mostrou que ele se preocupa com o futuro do filho", completou Edina.
Crítica
O mestre em educação Edmilson Lenardão, professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e integrante do Conselho de Educação do Paraná, disse ver problemas na reação do pai.
"Ele transferiu para terceiros -no caso, a polícia- um rigor que deveria ser dele. Os pais precisam educar os filhos, não transferir essa obrigação", afirmou Lenardão.
"Ele não pode ser tratado diferente só porque o amo"
Juraci Martins não quis comparar a sua atitude com a do empresário Ludovico Ramalho Bruno, que defendeu prisão especial para o filho acusado, junto com amigos, de roubar e espancar uma doméstica no Rio de Janeiro, no dia 23. Ele disse querer que o filho "reflita para não se tornar bandido".
FOLHA - O pai de um dos presos por espancar e roubar uma doméstica no Rio pediu prisão especial ao filho. O sr. tomou posição diferente. Dá para comparar os casos?
JURACI MARTINS - Não. Meu filho não roubou e não atacou ninguém. Quero que meu filho reflita para não se tornar bandido também. É dolorido, mas costumamos achar que as coisas só acontecem com os outros. Quando a casa cai, a gente tem de agir com cidadania, não é porque é nosso filho que tem de ser tratado diferente.
FOLHA - Seu filho está preso com outras pessoas. O sr. se preocupa?
MARTINS - Claro. Eu e minha mulher tentamos agüentar, mas é difícil. Meu filho não pode ser tratado diferente só porque nós o amamos. Os outros presos têm pais também. É um período de provação.
FOLHA - Como os parentes viram sua decisão?
MARTINS - Minhas outras filhas, que vivem em Curitiba, estão dando todo o apoio. Parentes também. Mas não é fácil. Ele é um bom menino, trabalhador, mas andou por caminhos errados. É preciso assumir as responsabilidades pelos seus atos.
11 julho 2007
Cresce lista de trabalhadores em condição degradante
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Segundo a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, a nova lista traz 51 novos nomes e revela que o Estado de Santa Catarina é um novo foco de trabalho degradante.
Em relação à versão anterior da lista, publicada em dezembro, houve a exclusão de 22 nomes. A secretária explicou que a retirada de estabelecimentos da lista ocorre depois de dois anos. Durante esse período, as empresas não conseguem obter empréstimos em bancos públicos e privados nem acesso a recursos de fundos públicos.
O ministério assinou um pacto com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para conseguir o apoio das instituições privadas. Vilela relata que a pecuária é o setor campeão no emprego desse tipo de mão-de-obra. "Não é exatamente no trabalho com o gado, mas na preparação do pasto", conta. Pará e Mato Grosso continuam sendo os maiores redutos do trabalho degradante.
Ela reconheceu que estabelecimentos ligados à produção de álcool fazem parte da "lista suja". O Brasil vem sendo apontado por parceiros comerciais de usar mão-de-obra escrava na produção do etanol, o que irritou o governo. "Pelo menos não escondemos isso para debaixo do tapete", afirma a secretária.
05 julho 2007
Quadrilhas de canalhas
Contardo Calligaris
Está com medo de tornar-se doméstica ou prostituta? Bata em pobres, índios e putas.
Em poucas linhas, na Folha de sexta, dia 29 de junho, Eliane Cantanhêde descreveu perfeitamente o mundo no qual é possível que rapazes de classe média queimem um índio pensando que é "só um mendigo" ou espanquem uma mulher pensando que é "só uma prostituta". Provavelmente, não teria sido muito diferente se eles tivessem pensado que era só uma empregada doméstica.
Uma classe média insegura é o reservatório em que os fascismos sempre procuraram seus canalhas. Você está com medo de perder seu lugar e, de um dia para o outro, tornar-se índio, mendigo ou empregada doméstica? Pois é, pode bater neles e encontrará assim a confortável certeza de seu status. Aos inseguros em seu desejo sexual, aos mais apavorados com a idéia de sua impotência ou de sua "bichice", é proposto um remédio análogo. Você provará ser "macho" batendo em "veados" e prostitutas.
Há mais um detalhe: a inteligência humana tem limites, a estupidez não tem. Essa diferença aparece sobretudo no comportamento de grupo. Imaginemos que a gente possa dar um valor numérico à inteligência e à estupidez. E suponhamos que o valor médio seja dois. Pois bem, três sujeitos mediamente inteligentes, uma vez agrupados, terão inteligência seis. Com a estupidez, a coisa não funciona assim: a estupidez cresce exponencialmente. A soma de três estúpidos não é estupidez seis, mas estupidez oito (dois vezes dois, vezes dois). Quatro estúpidos: estupidez 16. Cinco: estupidez 32.
Curiosamente, essa regra vale até chegar, mais ou menos, a um grupo de dez. Aí a coisa tranca: a partir de dez, torna-se mais provável que haja alguém para discordar da boçalidade ambiente. Não porque, entre dez, haveria necessariamente um herói ou um sábio, mas porque, num grupo de dez, quem se opõe conta com a séria possibilidade de que, no grupo, haja ao menos um outro para se opor junto com ele.
Esse funcionamento, por sua vez, decai quando o grupo se torna massa. É difícil dizer a partir de quantos membros isso acontece, mas não é preciso que sejam muitos: um grupo de linchamento, por exemplo, pode desenvolver toda sua estupidez coletiva com 20 ou 30 membros.
Em alguns Estados dos EUA, é permitido dirigir a partir dos 16 anos. Mas, em muitos condados desses Estados, vige uma lei pela qual um jovem, até aos 21 anos, só pode dirigir se houver um adulto no carro. Pouco importa que esse adulto seja habilitado a se servir de um carro. O problema não é a perícia do motorista, mas o fato estatístico de que três, quatro ou cinco jovens num mesmo carro constituem um perigo para eles mesmos e para os outros: o grupo de "amigos" potencializa a estupidez de cada um, muito mais do que sua inteligência. Talvez seja por isso, aliás, que, para o legislador, a formação de quadrilha é um crime em si.
Qualquer pai de adolescente reza ou deveria rezar para que seu filho encontre rapidamente uma namorada e passe a sair na noite com ela, não com a turma dos amigos. Pois a turma é parente da gangue.
Como se sabe, o pai de um dos cinco jovens que, na madrugada do dia 23 de junho, na Barra da Tijuca, espancaram Sirlei Dias de Carvalho Pinto, comentou, defendendo o filho: "Prender, botar preso junto com outros bandidos? Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses?". É o desespero de quem sente seu privilégio ameaçado: como assim, tratar a gente como qualquer um?
Não éramos "clientes especiais"?
Mas as frases revelam também a distância entre o filho que o pai conhece em casa (o filho que teria "caráter") e o filho que se revela na ação do grupinho (esse filho não tem "caráter" algum).
O que precede poderia ser entendido como uma atenuante, tipo: eles agiram assim não por serem canalhas, mas por estarem em grupo. Ora, cuidado: o grupo não produz, ele REVELA os canalhas.
03 julho 2007
Ação flagra trabalhadores em "situação degradante"
A fiscalização do Ministério do Trabalho flagrou 1.108 cortadores de cana-de-açúcar submetidos a condições degradantes de trabalho numa propriedade da empresa Pagrisa (Pará Segundo a PGT (Procuradoria Geral do Trabalho), foi o maior resgate já realizado pela fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, formado por fiscais do ministério e agentes da Polícia Federal, acompanhados de procuradores do Trabalho.
Até então, o maior flagrante de trabalho degradante feito pela fiscalização do grupo havia ocorrido em junho de 2005, na destilaria Gameleira, em Confresa (MT), quando 1.003 trabalhadores foram libertados.
Segundo o coordenador do grupo móvel que fiscalizou a Pagrisa, Humberto Célio Pereira, os trabalhadores estavam alojados em quartos apertados e malcheirosos, nos quais se "amontoavam um sobre os outros". A fiscalização encontrou esgoto sendo despejado na represa usada pelos trabalhadores para lavar roupa e tomar banho, falta de banheiros e de espaço adequado para alimentação nos locais de trabalho.
Os empregados relataram que a comida fornecida pelo empregador era azeda e vários trabalhadores estavam doentes, com náuseas e disenteria.
A fiscalização encontrou casos de trabalhadores que recebiam menos de R$ 10 de salário por mês devido a descontos indevidos de alimentação e remédios. "Eles ficavam sem condições de sair do local por causa das dívidas e porque não tinham dinheiro. A maioria veio do Maranhão e do Piauí e estava numa situação muito degradante", disse Pereira.
Segundo depoimento dos trabalhadores aos fiscais, os recrutamentos começaram há cerca de seis meses.
Os responsáveis pela empresa poderão ainda responder a uma ação por dano moral coletivo na Justiça do Trabalho.
A Pagrisa é a maior produtora de álcool do Pará, onde está instalada desde 1967.
02 julho 2007
"Um cara desses"
BRASÍLIA - Quando os filhos são pequenos, chutam a canela da empregada, e os pais acham "natural", fingem que não vêem. Já maiores um pouco, comem o que querem, na hora em que querem, não falam nem bom-dia para o porteiro e desrespeitam a professora. Na adolescência, vão para o colégio mais caro, para o judô, para a natação, para o inglês e gastam o resto do tempo na praia e na internet. Resolvido.
Dos pais, ouvem sempre a mesma ladainha: o governo não presta, os políticos são todos ladrões, o mundo está cheio de vagabundos e vagabundas. "E quero os meus direitos!" Recolher o INSS da empregada, que é bom, não precisa.
É assim que os filhos, já adultos, saudáveis, em universidades, são capazes de jogar álcool e fósforo aceso num índio, pensando que era "só um mendigo", ou de espancar cruel e covardemente uma moça num ponto de ônibus, achando que era "só uma prostituta".
A perplexidade dos pais não é com a monstruosidade, mas com o fato de que seu anjinho está sujeito -em tese- às leis e às prisões como qualquer pessoa: "Prender, botar preso junto com outros bandidos?
Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses?", indignou-se Ludovico Ramalho Bruno, pai de Rubens, 19.
Dá para apostar que ele votou contra o desarmamento, quer (no mínimo) "descer o pau em tudo quanto é bandido" e defende a redução da maioridade penal. Cadeia não é para o filho, que tem estudo e dinheiro, um futuro pela frente. É para o garoto do morro, pobre e magricela, que conseguir escapar dos tiroteios e roubar o tênis do filho.
Isso se resolve com o Estado sendo Estado, com justiça, humanidade e educação -não só com ensino para todos e professores mais bem treinados e mais bem pagos, mas também com a elementar compreensão de que "o problema", e os réus, não são os pobres. Ao contrário, eles são as grandes vítimas.
29 junho 2007
Navegar é preciso
A O APRENDER A compor o fundo da tela de seu computador, Chloé Siqueira escolheu uma imagem que lhe parecia transgressora -a famosa foto dos Beatles caminhando pela faixa de pedestres numa rua de Liverpool. É assim que ela própria se sente diante de um computador: aos 80 anos, decidiu virar professora e dar aulas de internet a crianças. "A internet é, para mim, o prazer da conexão humana", resume. Se já é incomum alguém continuar estudando na terceira idade, mais inusitado ainda é começar a dar aulas depois dos 80 anos, quando os professores já estão, há muito tempo, aposentados.
O que ela não supunha é que a sua experiência ganharia escala mundial -isso é o que vai acontecer a partir de hoje.
Formada em Ciências Sociais pela PUC, Chloé nunca parou de estudar. Fez cursos de enfermagem, música, canto, flauta. Por alguns meses, dedicou-se a aprender sobre a vida e a obra de Beethoven. Aposentada como assistente social da Secretaria Estadual da Saúde, tornou-se voluntária do Hospital das Clínicas.
Atualmente, ela não só pratica alongamento e musculação como também participa do coral do shopping Eldorado. "Não tomo remédios, apenas cápsulas de soja", orgulha-se. Há cinco anos, Chloé soube por uma neta que, se quisesse, poderia fazer um curso para aprender a navegar na internet. "Eu tinha até medo de usar teclado." Em pouco tempo, ajudada por adolescentes que estudavam em escolas públicas e privadas, ele já estaria conversando pelo Skype e pelo Messenger com os netos e com alguns amigos que moravam fora do Brasil. Além disso, já usava a rede para fazer compras.
Sua melhor navegação, porém, não foi virtual, mas presencial.
Começou a dar aulas de internet para crianças de quatro a sete anos. "Parece que as crianças de hoje já nascem com um chip na cabeça." Mas Chloé adicionou às aulas vivências de sua infância, combinando os efeitos na tela do computador com histórias e fantoches que ela própria produz. "É como se eles vissem a avó deles brincando com a informática." A brincadeira acabou em coisa séria. Uma empresa americana que produz chips acabou descobrindo a experiência de adolescentes ensinando internet a idosos, que, por sua vez, ensinam crianças. Resolveu fazer um manual, com lançamento previsto para hoje, a fim de replicar o programa em todo o mundo.
Na sua animação, Chloé está vendo nessa disseminação uma oportunidade -a de se comunicar, em dimensão planetária, com idosos que, como ela, fazem da internet uma sala de aula. "Aprendi que, na rede, posso encontrar de tudo um pouco." Não foi só a sensação de travessia constante que a fez colocar na tela aquela foto dos Beatles. Sua maior paixão é a música -e há pouco tempo ela descobriu que poderia, dentro de seu computador, ter a maior discoteca do mundo.