22 dezembro 2007

Cidadania do adolescente

A morte do garoto em Bauru, praticada por policiais, é o que eu acho a subservência aos poderosos, pois muito provavelmente a moto roubada, se é que foi mesmo roubada pertencia a alguém importante da cidade, a uma autoridade ou amigo do amigo do amigo de alguém ou de conhecido dos policiais. Se a vítima do possível assalto é um cidadão comum será apenas lavrado uma ocorência, a emissão do boletim e depois fica na boa vontade da investigação. São normais casos assim em que para atender a um pedido especial e principalmente se o acusado for pobre e"di menor" descobrem tudo muito rapidamente.

20 dezembro 2007

Cidadania da garrafa pet

Projeto proíbe uso e venda de bebida em garrafas PET em SP
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Projeto de lei do governo de São Paulo obriga as empresas que produzem e comercializam água mineral, refrigerantes e outras bebidas a abolir o uso das garrafas plásticas, conhecidas como PET, num prazo de seis anos. Fabricantes de cerveja que passarem utilizar o plástico antes de a medida entrar em vigor terão um ano para se adequarem à lei.
O polêmico documento deve ser enviado à Assembléia no início de 2008, segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano. "A poluição por resinas plásticas é responsável por inúmeros prejuízos ao ambiente, à saúde e à segurança da população. Praticamente todas as áreas urbanas do país convivem com inundações, provocadas pelo assoreamento de valas, rios e canais e pelo entupimento de galerias pluviais, em muito relacionadas diretamente ao descarte irresponsável de lixo plástico", diz o texto.
Dados da Abir (associação das indústrias de refrigerantes) mostram que o PET domina o mercado, com 79,9% das embalagens (em dezembro de 2006). O vidro tem 12,3% e a lata, 7,8%.
O consumo de plástico para embalar bebidas tem crescido ano a ano. Passou de 80 mil toneladas, em 1994, para 374 mil, em 2005 -367,5% a mais-, segundo a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET). A reciclagem desse material foi de 18,8%, em 1994, para 51,3%, em 2006 (veja quadro).
Para o presidente da Abipet, Alfredo Sette, a lei acabará com a indústria de PET. Ele diz que o problema não é o plástico em si, que pode ser totalmente reciclado, mas a falta de educação ambiental e a coleta de lixo ineficiente. "A tendência de crescimento da reciclagem não está interrompida. Há pontos ociosos porque não se coletam garrafas suficientes."
Segundo ele, enquanto, no Brasil, o consumo de embalagens PET é de 2,9 kg/habitante, na Bélgica, chega a 8,8.
Para o ambientalista Fábio Feldman, o uso do plástico precisa ser desestimulado. Mas ele afirma que o governo deveria instituir metas de reciclagem e usar instrumentos econômicos para priorizar os produtos que poluem menos, em vez de simplesmente proibir o uso.
"Não conheço lugar no mundo em que haja proibição tão drástica. Deveria ser feita uma análise do ciclo de vida dos produtos. Quem tiver menor impacto ambiental deveria ser beneficiado com redução de tributos, por exemplo", diz.
Segundo o governo, a fabricação das resinas plásticas provoca grande quantidade de gases que agravam o efeito estufa. Além disso, o PET demora centenas de anos para se degradar.
Um argumento a favor do plástico é sua leveza. Para transportar um material mais pesado, como vidro, são necessários mais caminhões -e estes também poluem o ambiente.
Para o presidente da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais), o geólogo Carlos Alberto Lancia, a lei vai beneficiar "três ou quatro grandes empresas" e vai concentrar o mercado nas mãos de poucos. "Vamos voltar ao que era na década de 60. Uma fábrica para produzir embalagens de vidro custa milhões. E é preciso muito mais estrutura para coletar garrafas retornáveis."

11 dezembro 2007

Cidania do Natal e do Papai Nóel




Começa o mês de dezembro e as pessoas, influenciadas pelo aparecimento da Estrela de Belém há 2.000 anos, deixam de lado a dureza e a cegueira do ano que está acabando e resolvem se penitenciar. E ai começam as “caravanas de papais nóel” dirigindo-se ás periferias tendo como alvo principalmente as crianças.

Pela primeira vez acompanhei uma “caravana” e, muito embora a minha descrença com ealação a estes eventos, tinha a esperança de “ser convencido” e entrar no espírito natalino. Mas foi tudo em vão e começou logo na primeira chegada a uma aldeia indígena, com um dos papais nóel “saudando” as pessoas com a mão direita e com um cigarro aceso na esquerda. Rápidamente foram dadas ordens às crianças para que formassem filas, com meninos de um lado e meninas de outro (depois das outras “visitas” fui entender o motivo de tanta rapidez na formação de filas). Os indígenas não tem a cultura de papai noel - a minha amiga que estava de vestido vermelho e gorro também vermelho foi saudada por uma das crianças: “olha o papai-nóel” – tem outros tipos de brinquedo e de diversão e quando receberam os aviõezinhos de plástico (os meninos) e uma bolsinha feminina de plástico( as meninas) não entenderam direito e a reação deles foi de extrema decepção (ou quem sabe por timides) e não sorriram nem com a outra rodada de chicletinhos e bambolês de plástico. E foi duro ouvir algumas frases, como a do coordenador a uma das voluntárias: “não está faltando indio?” e eu poderia responder, se não fosse educado e estraga prazer: “a que indio você se refere cara pálida?”. Ao ouvir comentários das dificuldades de moradia dos indios, sem espaço, morando em barracos e com as crianças sujas saiu a pérola: “é por isso que faço questão de vir todos os anos, para ver o sorriso delas”. Que sorriso cara pálida. Talvez se refira ao sorriso das crianças brancas, estas sim, sorriem pois desde pequenas são acostumadas pelo pais a esperar os presentes de fim de ano dos tios vestidos de papai nóel. Na segunda atividade a mesma agilidade na formação de filas e o mesmo papai nóel que chegou com cigarro aceso e fumando na primeira, mal conseguir esperar acabar o “sufoco” da distribuição, dos hohohos, dos abraços das crianças e da roupa quente para sair tomando uma latinha de cerveja no meio de todos. Um dos voluntários chegou de carro com musica (?) em alto volume com uma lata de cerveja na mão direita.
As atividades tinham horários marcados e lembrava políticos em campanha eleitoral quando visitam várias cidades no mesmo dia e contam com os coronéis da cidade para preparar as carreatas, fazer um rapído discurso e partir para outra cidade.
Não fiz os meus comentários na hora para não ser chamado de estraga prazer.
Se alguém de vocês ler este texto não fique bravo, revoltado, não se sinta ultrajado pois você é apenas um reflexo da nossa sociedade que tenta tirar o peso da consciência do ano inteiro, quando ao contrário da caravana que buzinava com os vidros abaixados distribundo balinhas para as crianças nas ruas. nos outros dias do ano o carro vai andar com os vidros protegidos pelos ‘insulfimes”, ar refrigerado, ouvindo os brunos e marrones, os netinhos e as bandas mel e ficar receoso toda vêz que vir “um de menor” nos cruzamentos. Não vai mais precisar ir até a periferia com medo. “Aqui se você correr menos de vinte quilometros por hora será assaltado”, não foi isso que disse a mim ao me ver sem sapatos? (deixei-os no carro). Vai continuar preocupado com os seus bens e imóveis. Ao ouvir que nos perdemos e encontramos o grupo ao “optar sempre pela esquerda” para achar o caminho você disse: “Está de vermelho e gosta da esquerda?...já sei”. Fique tranquilo, pois nas eleições de 89 para presidente um dos argumentos usados para convencer os eleitores era de que o Lula fosse eleito vocês teriam que dividir as suas casas. E o que o pais ganhou?. Anos depois, após ser eleito, o Lula não instituiu a prática de “comer criancinhas”, não tomou os seus imóveis e, muito pelo contrário, seguiu a politica econômica continuando com benefícios aos poderosos. Não tenho nada com andar em carros último tipo, com ter situação financeira boa, mas você vai continuar com medo, com medo dos pobres, medo dos índios, medo dos “negrinhos’, medo de quem ideias diferentes das suas. Neste Natal você vais se reunir e comer e beber do bem e do melhor - é isso é bom é ótimo pois afinal é comemoração e, acredite, estou falando sério - sem crise de cons ciência ( a crise de consciência só surgiu no ano que resolveram distribuir um pouco do que tinham). No próximo ano novas crianças, novos “indios” estarão á espera.
Até o próximo Natal