“Por meio de um estudo que fizemos, soubemos do alto nível de respeito que as pessoas têm pelo metrô”. Com isso, Nacked conta que sentiu segurança em captar recursos para abrir a primeira biblioteca na estação Paraíso.
“Quando eu vi o espaço da biblioteca no Paraíso fui logo ver como era o regulamento para participar”, conta Suzete Piloto Monteiro. Moradora do bairro Conceição, Suzete trabalha como comerciante nas proximidades da estação São Joaquim. “O bom é que a gente pode ficar 10 dias com cada livro, com a possibilidade de renovar duas vezes”. O trajeto casa-trabalho-casa, conta ela, é sempre feito com os olhos grudados nas páginas de algum livro.
“Eu amo leitura, já li mais de 120 obras da biblioteca do Paraíso”, diz entusiasmada. “Se não fosse a biblioteca, não teria condições de comprar todos esses livros”. Suzete tem apenas uma reclamação: quer mais velocidade na atualização da lista dos livros novos. “Como sempre chega livro, eles não têm tempo de atualizar a lista”, queixa-se. “Aí fica difícil de encontrar as obras novas”.
Expansão
Além da estação paraíso, o a IBL já implantou bibliotecas na estação Tatuapé (em 2005) e Luz (em 2006). “E no fim de novembro iremos inaugura a quarta na estação Largo Treze”, revela Nacked. As cidades do Rio de Janeiro e Recife também contam com bibliotecas em estações de metrô.
“Queria poder abrir mais de uma biblioteca por ano”, informa Nacked. “O que motiva é o fato de não enfrentarmos problemas de não devolução”. Segundo o diretor da IBL, apenas 2,1% dos usuários de São Paulo não devolveram os livros emprestados. “Mas muitos desses casos estão ligados às obras infantis; as mães têm medo de devolver porque os filhos rabiscaram as páginas”. Já a cidade do Rio de Janeiro registra melhores índices: nenhuma pessoas deixou de devolver o livro emprestado.
O público cadastrado nas três bibliotecas de São paulo é de 21 mil sócios, sendo que 67,3% são mulheres. Ao total, 11 mil livros estão distribuídos nas três unidades paulistas.