30 agosto 2007

Cidadania das diferenças

Vou comentar, pela primeira vêz, um assunto policial e, acho que é importante dentro do tema da cidadania, das diferentes cidadanias, dos diferentes cidadãos ou simplesmente da cidadania das diferenças. Em 2004 o Promotor de Justiça Thales Ferri Schoedl, matou a tiros um jovem e feriu outro.
Ontem o Colégio de Procuradores do Ministério Público decidiu que permancerá no cargo e será julgado em foro privilegiado que é o Tribunal de Justiça e não, como todos os mortais brasileiros, pelo Tribunal do Juri. Sem entrar em detalhes do crime, sem querer fazer julgamento mas porque o tratamento especial?, observe-se que mesmo antes da decisão continuou recebendo normalmente e sempre livre o seu “salário” que é de R$ 10.500,00. Vai assumir suas funções na cidade de Jales.
Vai dar para confiar no seu trabalho?. Fica difícil de acreditar na Justiça e, entre milhares de fatos, lembro de uma matéria na televisão em que um senhor foi tirar documentos na Policia e lá encontraram um mandado de prisão com o nome deste senhor. Não conferiram documentos e mandaram para a prisão. Detalhe: o condenado era branco e o nosso amigo era preto. A mulher que trabalhava como doméstica foi despedida quando a patroa ficou sabendo da prisão do marido, a vizinhança a olhar com “olhos” estranhos e os filhos passando fome. Quando finalmente conseguiu a liberdade, graças a alguém que pagou um advogado, perguntado o que queria respondeu -”Só quero morrer”. Na prisão foi maltradado, violentado fisica e moralmente. Para ele, pobre e negro, a Justiça foi rápida, e para o promotor, joverm, rico e branco?.

3 comentários:

Joca disse...

Caro Zé Maria: pouco antes desse verdadeiro acinte à cidadania, que foi o benefício/beneplácito concedido ao senhor promotor de justiça talles - eu sei que certas autoridades gostm de ser formalmente chamadas, mas eu escrevo em minúsculo! - eu discutia com um amigo que uma grande mancha em nossas possibilidades de cidadania, é o chamado "judiciário". Na chamada Democracia - tanto de agora como de outrora - sempre se soube que "existem uns mais iguais que outros", processo decorrente da própria imperfeição do sistema, mas que nada impede que se busque as melhorias. Porém, há casos e situações que ultrapassam qualquer limite da decência. Isso, os privilégios ao sr. promotor, é um tapa na cara dos demais cidadões! Ninguém quer linchar, julgar antecipadamente o probo cidadão! Porém, auferir benefícios, que são imediatamente negados a qualquer outro homem de bem se for pobre ou negro, é um privilégio de classe que nem na Antiga Grécia, ao tempo do nascimento da Aristocracia e das oligarquias, se teve notícia (Sócrates, um aristocrata, foi julgado e condenado!) Ess fato lamentável - dos privilégios ao douto acusado, merece uma reação mais categórica da sociedade. Cadê as manchetes de Veja, Isto é, Carta capital?

Joca disse...

Epa! Onde escrevi "cidadões", por favor, desconsiderem! O correto é CIDADÃOS!

Perdão, Lingua portuguesa!

Anônimo disse...

Caro Joca, evidente que o cara ainda vai ser julgado e não tenho nenhum interesse em prévio julgamento, até porque não tenho o porque de julgar, mas o que deixa a gente triste é essa diferenciação entre as pessoas. Inclusive ele tem o direito a continuar a vida dele, mas a justiça dos homens não determina que devem ser julgados. É o que esperamos